sábado, 5 de maio de 2012

Os pássaros voaram



Onde estás, que não te vejo?
Está escuro e não te sinto.
Tu costumavas segurar na minha mão,
e mentindo, dizias que tudo ia ficar bem,
mas isso foi há muito tempo.

Eu continuo com medo,
 mas tu não te deixas ver.

Onde foi que te perdeste?
...que te perdi?

Porque é que já não sinto o bombear desse sangue,
que também é o meu?

E eu volto a ser pequena,
e eu tapo os ouvidos,
e eu choro,
e dói...

Como preciso do teu abrigo
para me proteger desta tempestade
que nunca parte.
Onde estás, que não te vejo?

E pudesse eu ter-te novamente
tão terna,
tão bela,
tão limpa.


Os pássaros voaram

E eu continuo com medo,
mas tu não te deixas ver.