sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Eu Tu Nós


Atrapalhada sem ti
Eu caio.
Eu rastejo.
Eu afundo-me.

Tu vens.
Tu estendes a mão.
Tu puxas-me

Eu ergo-me.
Eu volto a cair.
Tu rastejas.

Nós afundamo-nos.

Choramos.

Puxamo-nos erguendo-nos.

E sigo amando cada imperfeição que em ti habita.
Querendo o teu melhor e o pior
Todo o mal e todo o bem que houver para receber.
Morrendo mil vezes,
se preciso.

Desejando-te de todas as formas
nos meus braços
no meu corpo
dentro de mim.

Eu estou aqui.
Tu estás aqui.
Eu puxo-te.
Eu seguro-te.
Eu abraço-te.

Não nos deixemos cair.
Não hoje.
Amanhã talvez, mas hoje não.

Escuta.

Fecha os olhos.

Aperta-me junto ao peito
E não me deixes ir
Que é ai que eu pertenço.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Buscando


E eu grito
grito sangue
grito coisas
porém o som ecoa 
e ninguém ouve.

Corro de mim
sempre na direcção da janela
mas nunca salto
não há coragem 
e já não sei voar.

Procuro por essa chave há anos

Não existem cadeados perfeitos ou inquebráveis,
mas este nunca se abrira.

Não sou coerente
Nunca o fui.
Gosto do fluente.

Grito mais alto
Ninguém escuta.

Um dia saltarei sem que alguém me ouça.

O meu corpo pode já não ser forte
mas a mente permanece complexa
Cheia de coisas.

Sigo buscando-me..

Talvez a chave se tenha degradado...
...ou só não queira ser achada.